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sábado, 30 de outubro de 2010

Comentários para meus posts sobre Monteiro Lobato


O Verbeat, em fase de desativação, está com problemas para comentarem lá na página. Daí que desviei os comentários aqui, para este puxadinho, sempre útil nessas horas....

Deixe aqui sua opinião sobre esse post aqui e este.

48 comentários:

  1. Pois é, Sérgio, acho o Monteiro Lobato genial e o racismo, evidente especialmente na sua producao infanto-juvenil é sem dúvida retrato do seu tempo. Até por isso mesmo acho importante que as craincas tenham acesso, com a devida contextualizacao, como propõe o CNE. É uma excelente oportunidade também de falar de racismo com as criancas.

    Lá no SustentaNews escrevi um texto curto sore isso e incluí o conto "Negrinha", escrito em 1920, que de certa forma é um libelo anti-racismo. Até hoje fico arrepiado com o texto, pelo conteúdo e pela sua linguagem "cinematográfica".

    Um abraco!

    Renato

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  2. Aliás, o texto está em http://sustentanews.wordpress.com/2010/10/29/monteiro-lobato-e-o-racismo/#more-340.

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  3. Adoro Monteiro Lobato e o Sítio é uma das lembranças mais gostosas da minha infância, que foi bem boa. Cuca e Minotauro são os vilões da ficção que mais me causaram pavor. Emília era uma adorável peste que reencarnou nas minhas sobrinhas gêmeas (adotadas). Branquinhas, elas levaram um tempo para entender porque o tio (irmão do pai delas) era tão preto, o mais escuro de nós três. Chegaram a perguntar, com toda inocência, se era excesso de coca-cola ou café. Ressalto que elas adoram o tio. É claro que por ser negra fui vítima de alguns episódios de racismo, principalmente ofensas de coleguinhas malvados nas boas escolas que sempre freqüentei (acho que fui a única negra da sala a vida inteira). Mas nunca deixei isso além da chateação. Já adulta, quando fui demitida num passaralho, apareceram colegas mais clarinhos dizendo que era racismo. Discordei de pronto e segui em frente. Arrumei um emprego muito melhor, onde fui supervalorizada com uma ascensão relâmpago. Logo disseram que eu estava na política de cotas da empresa. Também ignorei. O fato é sempre torci o nariz para de paranóias raciais. Por conta da minha história pessoal, sou radicalmente contra as cotas para negros nas universidades. Para mim, o critério deve ser renda, o que de fato determina se o sujeito branco, negro ou verde terá uma educação privada de qualidade (já que a pública, via de regra, é um lixo!) que lhe permitirá ter um bom emprego. Voltando a Lobato, adoro e ponto. Ele expõe a cultura da época. Não podemos esquecer que ele foi um ativo abolicionista. Hoje os tempos são outros. Curiosamente, a minha adorável Anastácia que trabalha minha casa, tão figura quanto a pobre preta, é branquinha da Silva! Algo impossível na época de Lobato. Enfim, os tempos são outros. Acho injusto privar nossas crianças, expostas a tanta porcaria, das deliciosas Reinações de Narizinho só para ser politicamente correto.

    Andréa

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  4. Andréa, Monteiro Lobato chegou a você pela leitura direta do texto, seus pais que liam ou viu na TV?

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  5. Talvez você tenha perdido *também* as maravilhosas ilustrações de Belmonte, que foi o primeiro ilustrador de Lobato. Quanto a comentários adicionais, dispenso-me de fazê-los. A pretensão de mãos dadas com a incultura merece apenas um sorriso de deboche, como daria João Ninguém. Ou como Juca Pato diria: "podia ser pior"

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  6. Estou com o livro aqui. Selecionei uns trechos "educativos":

    "— E você, Cléu, que me dá? — Um beijo, Emília. A boneca fez um muxoxo de pouco-caso. Depois, voltando-se para Tia Nastácia: — E você, pretura?"

    "— É guerra e das boas. Não vai escapar ninguém — nem Tia Nastácia, que tem carne preta".



    " Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão pelo mastro de São Pedro acima, com tal agilidade que parecia nunca ter feito outra coisa na vida senão trepar em mastros".



    "Tenha paciência — dizia a boa criatura. — Agora chegou minha vez. Negro também é gente, sinhá..."

    Criticam o parecer sem conhecê-lo. Qual o problema de inserir notas explicativas no livro?

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  7. Pois é "anônimo" (pessoal, por favor,para assinar é só escolher aí embaixo "perfil/url" e botar qualquer endereço de internet, até esse). Eu reli o Caçadas, hoje cedo, para citar trechos. Ele até é dos que menos tem passagens racistas, mas essas _ e as outras cinco ou seis que achei _ são suficientes para recoemndar cuidados na leitura do livro em sala de aula. Cuidados somente...

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  8. Ai, ai, Sérgio, desde os idos temos do Bombordo peguei enjôo de polêmica virtual, tanto que mantive meu voto secreto, por pura preguiça de discutir.
    Mas acontece que eu me formei lendo Lobato e não posso deixar de defendê-lo dessa censura.
    Sim, eu LI Lobato, e reli recentemente, na fase de ler pro meu filho.
    Pode não parecer, mas minha jovial pessoa é anterior à série televisiva, que estreou quando eu já tinha lido quase toda a coleção, e por isso mesmo odiei a inevitavelmente inferior realização audiovisual do mundo muito mais interessante que eu tinha criado na imaginação.

    Tá, admito que Lobato pode, através dos personagens, expressar um momento em que o Brasil estava longe de ter igualdade social, em que os pretos eram detentores de sabedoria popular mas eram iletrados, e ocupavam postos de trabalho considerados inferiores. Em que sofriam muito preconceito e eram chamados de beiçolas, comparados a macacos, e considerados mais feios. Não foi Monteiro Lobato que inventou isso, já escutei coisa semelhante de muita gente "culta", principalmente os mais velhos. Eram coisas ditas em voz alta em muita mesa "de família". Fingir que isso nunca aconteceu seria omitir um fato histórico.
    Por outro lado, não creio que haja validação dos preconceitos nos livros. Estas opiniões preconceituosas nunca são expressas por D. Benta, o Superego do autor, só pela Emília, que é uma boneca (um ser sub-humano, um "id em evolução", um "boneco de ventríloquo", bobo da corte, elemento desafiador que fala bobagens - e verdades - o tempo todo, e serve como contraponto à sabedoria).
    Ademais, chamar preto de preto não é de fato um xingamento. Na época isso não era um tabu, como hoje. Mas não havia qualquer traço de desonestidade e nem de burrice nos personagens negros, nem nada que denegrisse seu caráter. A falta de escolaridade era fato, não é uma interpretação do autor. Vai fazer o quê? Abafar o caso, reescrever a história com tintas cor-de-rosa-e-carvão?
    Olha, no dia em que o politicamente correto eliminar da literatura toda violência, toda pedofilia (lewis carroll!), toda opinião ideologicamente controversa (borges!), aí mesmo é que ninguém mais vai ler.

    Eu podia falar mais um monte, da importância da Emília (a da ilustração do livro, de cabelo curto!) para uma menina perguntadeira, de cabelos curtos e espigados, que gostava de criar mundos porque achava que este aqui estava todo errado...

    Mas deixa pra lá. Isso tudo era só pra dizer que SIM, eu sei o que assinei. Abaixo a censura a Monteiro Lobato! E tenho dito.

    Beijos, querido, bom finados :)

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  9. Queridíssima, o que está em jogo não é o julghamento moral de Lobato, isso foram os jornais que botaram. O que está em jogo é distribuir, ler nas escola, para crianças em sua maioria negrinhas, histórias em que o negro é ihferior, em que Emília, o personagem que é o alter ego da rebeldia infantil e com quem mais as crianças se identificam, tem o "preto" como coisa inferior e modelo de feiura.






    Imagine-se negra, com filho negro, lendo (releia, por favor) os trechos de Lobato que cito nos posts. E há piores. É isso que as escolas devem levar aos launos? O MEC não deve recoemndar que haja um cuidado para cobntextualizar as obras de LObato? É isso que você defende? Não creio. Mas é isso que o abaixo-assinado, mal informado e emocional, propõe.

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  10. caro sergio: meu problema é o item B do parecer:
    b) cabe à Coordenação-Geral de Material Didático do MEC cumprir com os critérios
    por ela mesma estabelecidos na avaliação dos livros indicados para o PNBE, de que os
    mesmos primem pela ausência de preconceitos, estereótipos, NÃO SELECIONANDO OBRAS CLÁSSICAS OU CONTEMPORÂNEAS COM TAL TEOR.
    em vista de nossa formação histórica, não se salva nem machado de assis, mário de andrade, manuel bandeira, jorge amado....
    e ocultar nossa cultura e formação histórica não ajuda a entendê-las nem a formar capacidade crítica...

    a meu ver, a questão extrapola em muito o monteiro lobato: "obras consideradas clássicas presentes na biblioteca das escolas que apresentem estereótipos raciais". até dalton trevisan com suas "polaquinhas" teria de ser expurgado, ou jorge amado com seus "turcos".

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  11. agora, quanto ao texto propriamente dito do abaixo-assinado, concordo: é emocional e não pega a questão de fundo. mas entendo que as pessoas estão assinando para se manifestar contra essa "censura prévia" que ameaça se instaurar, caso o ministro homologue o parecer do cne.

    por outro lado, achei interessantes vários dos comentários que estão deixando por lá. mostram que as pessoas que assinaram concordam com o princípio (contra a censura), não necessariamente pelas razões expostas pela redatora do texto do abaixo assinado.

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  12. Querem um exemplo de racismo que passou "em branco" (essa expressão ainda pode ser usada ou desvaloriza a parte africana de nossa descendência?)pela Rede Globo: na péssima segunda versão do Sítio, apagaram o Tio Barnabé! O motivo? Ele era relacionado aos cultos afro-brasileiros e a Globo não queria perder a audiência dos evangélicos.Lembram da música-tema dele no Sítio original?
    "Cada dia no meu canto, tem um outro encantamento(...)Bate com o pé na pedra, bate na pedra preta (...)" E isso num ritmo de ponto de umbanda.

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  13. Vamos esconder da geração presente que já fomos racistas? é isso? e o que isso tem de educativo? alguém do MEC pode me explicar como é que as crianças vão aprender a diferença entre se tratar as pessoas com respeito e igualdade e discriminá-las? vão ensinar negando o passado? e de onde vem tudo o que hoje consideramos correto senão das lutas contra tudo o que foi feito no passado?

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  14. Caro poeta, pelo jeito você não leu nem meus posts nem o parecer do mEC. Ninguém está falando em esconder nada, pelo contrário. Trata-se de não pasar adiante or acismo sem visão crítica, só isso.

    O que não tem nada de educativo é reproduzir comentários racistas, saúidos da boa de um personagem de enorme empatia, sem contextualizar...

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  15. Acho que começar o texto afirmando que quem é contra o que está acontecendo nem leu Lobato é um desaforo. Tem livros de Lobato em que o jeito de Emília tratar a Tia Nastácia é frontalmente questionado por outros personagens, cada um a sua m...aneira, Narizinho sempre a lembrar que Emília só diz asneiras. É o caso de Peter Pan, por exemplo, que já foi caçado por comparar os brinquedos ingleses ao brinquedos artesanais brasileiros. Se cada época imprimir suas advertências na capa dos livros, não se precisaria mais estudar sobre polissemeia, polifonia e outros aspectos da arte literária, porque ela já estaria destruída. Não acreditar na leitura crítica é chamar a todos de burro.

    Claudia Pimentel

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  16. Eu acho que um homem e um dos maiores escritores brasileiros que escreve pra crianças com tanto carinho em seu jeito de escrever, não deve ser criticado desse jeito, e afinal de contas a literatura serve pra o que? é uma forma das pessoas criticarem o mundo ao seu redor! cadê a liberdade de espressão.
    estão querendo proibir as escolas de darem pra as crianças lerem o Sítio do Picapau Amarelo! que absurdo!

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  17. Cláudia, não tive intenção de ofender. Mas vi gent falando de Lobato e citando personagens que só têm destaque na série de TV; outros mencionando que adoraram lê-lo na infância; outros ainda negando que o texto dele fosse repelto de menções racistas.

    A questão é que não leram o parecer. Não é um parceer sobre a publicação presente e futura dos livros de LObato; esses, as editoras publiquem como qusierem.

    É sobre livro DIDÁTICO. Livro destinado a educar crianças. Livro que, segundo discussão de centenas de professores e educadores, n]ão deve veicular mensagens racistas, preconceituosas etc. Daí que, diz o CNE< ao trazer clássicos que têm esses problemas, é necessário tomar cuidados, para não veicular às cri|anças valores que não são os nossos.

    Leu o parecer? O livro Caçadas traz até um prefácio avisando que m,udou a consci~encia ambiental e que não dá mais para caçar animais silvestres como no tempo de Dona benta. Por que não falar do racismo também?

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  18. Por que tantas pequenas filigranas educacionais? Talvez devêssemos melhorar os meios para que nossas crianças pudessem realmente ser educadas para viverem com dignidade. Segue trecho da narrativa de uma mulher preta, casada com branco, separada, que tenta cumprir sua tarefa no preparo de duas filhas clarinhas.

    "Bem, que a vida de mãe não é fácil, não é novidade para ninguem.
    Mas definitivamente, a mior dificuldade são os paradoxos apresentados pelos filhos a cada momento.
    Tenho atravessado períodos difíceis com a Ana Sophia. Aos dez anos, na famigerada 4ª série, aquela que um dia foi o admissão e hoje é o quinto ano, a pequena não quer estudar nem fazer os deveres de casa. Sente a dificuldade crescente dos exercícios e reluta em ter que se dedicar por mais de quinze minutos a eles. A letra é péssima e a redação, então, nem se fala. O boletim já reflete a situação e, pela primeira vez na vida, trouxe duas notas abaixo de 8,0, em português e em música (7,5 em cada uma).
    Filha minha sem saber português, nem pensar! Entao vamos estudar no método antigo: cópia para melhorar a letra, ditado, redação, interpretação. Instala-se o inferno dentro de casa, gritos, choro, enfim, tudo que está no manual.
    Eis que temos que sair de casa para fazer compras. Entramos no carro e o rádio, na CBN como sempre, noticia a decisão do Conselho Nacional de Educação de banir Caçadas de Pedrinho de Monteiro Lobato do currículo escolar devido ao seu conteúdo racista. Eu já havia lido a notícia pela manhã no O Globo e ficara chocada, mas não comentei com ninguem. De repente ouço a pimpolha má aluna em Português dizer:
    - Mamãe, me desculpe, mas eu estava ouvindo o rádio. E eu não concordo com o que disseram. A Tia Nastácia é uma sábia. Ela sabe um monte de coisas que ninguém sabe e ainda fez a Emília. Ela é muito importante na estória. É que nem aquele moço que parece com o Vovô.
    O moço que parece com Vovô é o Tio Barnabé.
    Aí está o pardoxo do dia. A criatura de dez anos que não gosta de português, lê pelo menos cinco livros por mês e consegue saber que não faria qualquer sentido que Tia Nastácia tivesse qualquer outra cor, senão negra. Se duvidar, é capaz de explicar aos membros do CNE a história do Brasil e o contexto em que se inserem as estórias de Monteiro Lobato.
    Enfim, sigo na luta de cobrar o dever de casa e tentar fazê-la melhorar em Português, afinal disciplina é fundamental.
    Mas talvez, um pouco menos preocupada."

    Eurialo Boamorte

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  19. Oi, Sérgio. Li seu artigo sobre os ataques ao MEC ( http://ow.ly/34fnf ). Concordo com suas considerações, entretanto julgo que talvez fosse mais proveitoso um investimento governamental mais cuidadoso na qualificação dos professores. Essa medida, a médio prazo, já traria resultados bem mais interessantes, sem que precisássemos produzir documentos com tais ou quais recomendações. A reflexão sobre os preconceitos é sempre algo pertinente e deve fazer parte na rotina de qualquer trabalho docente.
    Meu abraço.

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  20. Ganhamos! O Ministro Haddad já decidiu que por conta das manifestações, não aceita a censura em Monteiro Lobato: "Pessoalmente, não vejo racismo"
    http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20101104/not_imp634403,0.php

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  21. Acho que pessoalmente o ministro nunca leu Monteiro Lobato.

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  22. Boa Noite

    Pessoal acho que a discussão não é essa, Monteiro Lobato é um gênio da literatura e ponto final, não se deve censurar nada, mas burrice tem limite. vai num local que tenha muitos negros e chama um negro de "macaco que trepa" e depois diz que apenas parafraseou O grande escritor. Oras, é racismo e ponto final, apens acho que a questão deva ser trabalhada em sala de aula para que não seja perpetuada, se ficar claro que isso não é racismo, as crianças vão chamar seus amiguinhos de pele negra de macacos, imaginando que é correto. Não devemos ser hipócritas para não enxergarmos a verdade mesmo quando apresentadas por pessoas ilustres como Monteiro Lobato.
    Quem for fazer comentário primeiro parafraseie o famoso escritor num coletivo lotado, a noite, na volta do trabalho.
    Obrigado

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  23. Não acho que se deva proibir a obra de Lobato,mas que essas palavras racista tem que ser mostradas e combatidas,sim.O livro foi escrito em outra época,essa é a desculpa,mas a a escravidão também,e nem por isso os negros deixaram de sentir o duro reflexo colhido da quele tempo.Não é questão de ser radicalista,ele é um autor de peso e que influênciou gerações e continua enfluenciando,por que não corrigir essas atrocidades ditas nos livros deles,afinal,isso não marca na pele,já que ele fez sempre questão de frizar que é preta,mas marca a alma,e essas,sim é inrreparavél.Só para deixar claro,a Emilía,foi um personagem criado estratégicamente pelo autor,já que em plena ditadura,não se tinha liberdade de expressão.

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  24. É verdade,houvi dizer que a Emilía foi por muitas vezes a boca do próprio Lobato falando,o fato dele ser abolicionista e não querer ver o negro no troco sendo surrado,não quer dizer,que ele como muitos da época,achava que o negro deveria ser sempre servil,sem vida própria.

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  25. Queimar livros dá muito menos trabalho do que criticá-los. M. Lobato foi genial. E qualquer leitura acrítica é um degrau para a estupidez.

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  26. Sérgio Leo, siceramente... achar que o governo tem o direito de suprimir as crianças de uma obra leterária é simplesmente achar que nossas crianças não têm o direito de discutir o assunto em sala de aula e acatar uma posição ditatorial que as tornará robôs. Se o livro é racista ou não, é em sala de aula que isso será analisado e debatido e ajudará as crianças a entenderem o contexto social de uma época e o atual. Se você prefere ser manobrado pelo governo e acha que é o certo, deve estar batendo palmas para a maravilhosa situação da saúde e educação do país. Induzir as crianças ao modo "correto" de ler um livro é jogar anos de Educação para o Pensar e Construtivismo no lixo da robotição humana.

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  27. Sandro, você acaba de confirmar meus argumentos de que boa parte das pessoas que ataca o parecer do CNE não teve a pachorra de ler nem o parecer, nem reler as obras do Lobato, nem prestar atenção nos argumentos em favor de cuidados na apresentação da obra às crianças. Tá na cara que voc~e sequer leu meu post, não contrapõe nenhum argumento decente aos meus.

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  28. "...se ficar claro que isso não é racismo, as crianças vão chamar seus amiguinhos de pele negra de macacos, imaginando que é correto."

    Quico responde:

    Não é como você pensa, Anônimo. As crianças têm compreensão do que leem e sabem, no meio em que convivem, que atitudes e comportamentos devem evitar. Especialmente se ela lê.

    Aliás, nunca ouvi falar de crianças que, por lerem Lobato, tenham saído por aí chamando de macaco os amiguinhos de pele negra, imaginando que isso fosse correto. E olhe que Lobato morreu há quase 70 anos.

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  29. Parabéns pelo texto. Pelo que li rapidamente aqui dos comentários podemos ver que muitas pessoas não compreendem satisfatoriamente o significado de racismo e não percebem que esse é um grande problema do país. O MEC desempenhou bem seu papel e só espero que o corpo docente da rede regular de ensino também seja cada vez mais capaz de responder às DCN para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.

    Obrigado pelos artigos lúcidos e pertinentes que costumo encontrar por aqui.

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  30. Sérgio,

    escrevi isso sobre o assunto (http://literaturadeverdade.wordpress.com/2010/11/06/reinacoes-de-lobatinho-e-uma-nota-de-rodape-definitiva/), depois de ler, entre outras coisas, seus posts. Acho que o problema, entre outros, está nessa intenção de tratar uma obra literária como didática (no sentido de que deve servir não para despertar a reflexão na criança, mas para lhe impor uma instrução definida). Se tiver tempo, dá uma olhada. Abraço, Rodolfo.

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  31. Caro Rodolfo, acho que o problema é outro, a incapacidade das pessoas de se colcoarem no lugar do outro, de verem que o racismo, mesmo vindo de uma obra consolidada, deslumbrante, não cabe masi nos dias de hoje.

    Acabei de discutir o tema com um emrpes´rio, e, em seguida, uma jornalista, negra, me chamou e agradeceu. Contou que durante um ano sofreu bullying na escola, e voltou chorando para casa, porque após a leitura de Monteiro Lobato por um desses professores despreparados, passou a ser perseguida e voltar chorando para casa, por não aguentar mais ser chamda de "macaca".

    Não se trata de condenação a LObato, a obra dele vale, e muito. Mas trazer certos preconceitos dele para sala de aula é perpetuar esses preconceitos, até em turmas que não o tinham. Claro, nem sempre acontece, mas basta acontecer com uma criança negra para justifciar os cudiados levantados no MEC.

    Desculpe, ridicularizar esse tipo dee preocupação como se fossem exageros de gente políticamente correta é coisa de gente que não é capaz de perceber o dano moral que as opiniões de Lobato, expresas pela Emília ou pela maneira como as pessaos negras são descritas no livor, podem casua a uma pequena pessoa de pele negra.

    A propósito, uma outra me disse que chorou por dias ao ver que nrizinho tinha medo de, ao beber café, ficar com a pele escura.

    releia LObato antes de ridicularizar que pede atenção para a necessária disseminaçãod a obra dele, e se defronta com um racismoa cima de qualquer medida aceitável (se há medida aceitável para o racismo).

    E v. está errado sobre sua interpretação de didática. Didática é transmkssão de valores, éetica e conhecimentos. Nada a ver com dirigir as crianças.

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  32. Ah, e a menina só parou de sofrer assédio ao mudar de colégio, um ano depois, insistindo para os pais que, negros e acostumados com essa insensibilidade de quem se acha branco, diziam que a coisa passaria. Não passou. E com gente que insiste em ver apenas "babaquice politicamente correta" no que é um ataque ao amor próprio de quem tem pele negra, não pssará nunca.

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  33. Realmente é difícil contrapor o argumento emocional. Se há uma criança que chora por se sentir humilhada pelos coleguinhas depois de uma leitura de Lobato, temos de fazer alguma coisa e a decisão mais lógica parece ser culpar a obra e trabalhar a partir e em cima dela. Mas as crianças não chamam a colega de macaca (ou são racistas) por causa de Lobato. Afinal, chamam os coleguinhas de "Pelezinho" ou "Escurinho" ou "Gordinho" ou "Olivia Palito" ou "Pequeno Polegar" etc, sem precisar de livros que lhes digam isso. São racistas não por causa do livro (manifestam-se a partir deles, no máximo), mas porque aprenderam a fazè-lo dentro de casa ou mesmo na própria escola, com os colegas ou professores.

    A ridicularização a que você se refere, aliás, diz respeito ao sofrimento de todas essas individualidades. O que eu critico é a tentativa de esterilizar o ambiente de sala de aula, que teria, para mim, como a medida mais eficiente, não banir apenas Monteiro Lobato, mas todo e qualquer tipo de literatura. Já há livros infantis que falam sobre famílias de casais homossexuais, o que eu acho saudável, mas muitas outras pessoas acham ofensivo -- e podem tentar impor isso, da mesmas forma como ocorre agora. Se os coleguinhas começarem a sacanear um filho de duas mães, ele provavelmente também terá de deixar a escola. Eu mesmo já tive vontade, quando criança, de deixar minha turma de coleguinhas malas, e nem precisei ser negro.

    A solução, no fim das contas, é afastar todo e qualquer motivo de polêmica da sala de aula, o que, convenhamos, é impossível.

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  34. Decididamente, Rodolfo, você não leu o Mionteiro Oobato. Não se trata de elimianr motivo de polêmica. É cuidar para não perpetuar preocnceitos, que, se ler a obra, verá que não são detalhe, ou coisa que emocione uma criancinha sensível.

    Citei o exemplo proque achei que tornaria claro para você do que se trata. Não é, como você parece crer, uma questão de tese, é uma quest~çao concreta: milhares de crianças ouvindo histórias em que os heróis reproduzem visões racistas da década de 30, em que valores positivosde beleza, por exemplo, são atributos ligados apenas à raça branca, e há uma construção reiterada de uma imagem do negro que só é positiva quando coenctada a uma visão paternalista do saber popular, da ingenuidade às vezes engenhosa do povo ignorante mas bondoso.

    O problema ´pe que pessoas bem intencioandas como voc~e não veem a discussão concreta, sobre a obra de Lobato que traz um dilema real para quem gosta dele e dos livros: há uma mensagemr acista fortíssima, que exige um tratamento cuidaodoso se aplciada a obra em sala de aula. Você e oturos veem apenas ume xemplo difuso da batalha de militantes radicalizados do politicamente correto.

    te pelo, leia a obra, tentando iamginar-se negro, pai de crianças negras. E me diga se a leria sem mudar nada para seus filhos. Mas leia os livros, com isso em mente. como aconteceu comigo 15 anos atrás.

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  35. Sempre que a discussão se aprofunda um pouquinho, é possível perceber que estamos todos do mesmo lado; discordamos apenas das estratégias. Simpatizo até demais com a causa da igualdade racial (por causa inclusive de obras como A Cabana do Pai Tomás), e não paro de pensa nela desde quando vi uma coleguinha de colégio se recusar a dar a mão a um colega negro numa roda de São João (tínhamos 10 anos e nem líamos Lobato). Só discordo dessa forma de levar e entender as coisas porque acho que ela não ajuda e, ainda por cima, atrapalha. Não é falta de sensibilidade ou dificuldade para se colocar no lugar do outro. Pelo contrário. É apenas uma forma diferente de entender e interpretar as coisas. Abraço!

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  36. Sérgio, não sei não... há mensagens racistas, há não-racistas, há conservadoras (vide opinião - de D.Benta, e, aí sim, de Lobato) sobre Semana de Arte Moderna), há progressistaa. O Tio Barnabé é apresentado como um sábio, é a ele que Pedrinho recorre em várias ocasiões de necessidade. O Saci, negro (não adianta dizer que ele não é "de verdade", ele é o grande companheiro de Pedrinho durante toda aquela aventura) ri da falta de habilidade de Pedrinho na floresta o tempo inteiro, e lhe ensina um monte de coisas. Devo confessar que o que me incomodava quando criança era a pouca partipação de Narizinho (menina!) nas melhores aventuras. E Emília, sem dúvida a melhor personagem, é frequentemente polêmica, desbocada, irreverente,-chega a ser descrita como "cruel" em algumas situações - não dá pra tomar a palavra dela como sendo a tradução dos pensamentos do autor.
    Concordo com vc sobre o estereótipo estético. Mas isso se combate com imagens, com fotos lindas de gentes de todas as cores, com valorização de estéticas diferentes umas das outras. Com proximidade. E, claro, com qualificação dos professores, para que eles possam discutir e aprofundar os conteúdos em seus múltiplos significados.
    Renata

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  37. Renata, a descrição qeu voc~e me faz do saci e do tio barnabé parece tirada da série de tv, onde tudo aparece edulcorado; me corrija se estou enganado.

    Tio barnabé é sábio, mas da sabedoria popular, uma cosia amb´pigua em Lobato, que ora a valoriza ora a culpa de simplificar e distorcer as coisas. O saci é vinculado, no livro, à esperteza, mas também à malícia e maldade, é um capetinha malandro. As referencias racistas existentes na obra são suificentes para destruir a auto-estima de qualquer negrinho ou negrinha que os leia _ a menos que se conforme com o papel de coadjuvante folclórico de uma perna só.

    Só peço que releiam os livros. Não defendo condenar Lobato por um racismo que era comum na época (embroa houvesse já naquela época quem se insurgisse contra issop). Peço é que não entrem numa histeria contra o MEC quando técnicos tentam lidar com esse racismo na hora de levá-lo a crianças, e sugere medidas paliativas, como um texto explicativo e investimento na formação dos professores.

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  38. Sérgio, não vi a série de tv.... (nem simpatizava com ela, justamente por ser "edulcorada).Tô falando dos livros mesmo. Li e reli Lobato muitas vezes ao longo da infância. Meu ponto é que Lobato é complexo e muitas vezes incômodo. Mas é também estimulante e questionador de verdades estabelecidas. Inclusive, provavelmente, as dele próprias. Quanto ao saci, vc esbarrou com ele recentemente? Ele é um personagem altamente simpático... é mesmo. A própria tia Nastácia é também amiga de D.Benta, colo para onde corre a Emília quando precisa de conforto... a obra é grande, é contraditória, é complexa. Só acho que não se ganha em taxa-la de racista (apesar de ali ter isso também). Há que contextualizar sim, questionar. Mas prefiro investir na boa formação de professores (isso que nos falta, muito, muito - e cadê o investimento real?), que possam trabalhar o livro em todas as suas nuances. Na discussão da época em que os livros foram escritos, pra questionar. Mas sem reduzir a complexidade, as contradições. Lobato ainda é dos grandes, e torná-lo "chapado" não ajuda...receio que defini-lo a priori (e isso abre a porta para tantos outros) ajuda o preconceito, e não o conhecimento.
    Renata

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  39. O livro de Lobato, "O Presidente Negro" - esse não é livro infantil - mostra muito bem o racismo explícito.

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  40. Entendo a preocupação da renata, e concordo com a ideia de que não se pode reduzir o Lobato a uma etiqueta, é um racista e pronto. Meus posts tem outro objetivo: mostrar que estão errados os que se chocam ao ouvir que há racismo nas obras dele, proque há, e muito, e defender as preocupações dos educadores que veem como problemática a distribuição desses livros sem um cuidado especial, para evitarq ue sirvam de estímulo ou até desencadeiem bullying sobre crianças negras, ou traumatizem crianças do século XXI que não estão rpeparadas para lidar com personagens com preconceitos dos anos 30.

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  41. Caríssimo,
    Sim, caramba, estamos a discutir o conteúdo que é destinado às crianças! Parece que a imprensa, ao escolher suas fontes, e as próprias fontes com seus discursos bem construídos - a facilitar o trabalho dos jornalistas - simplesmente esquecem esse fato! É uma questão bastante prática até. Pois é fato: as citações à Tia Nastácia constituem-se em verdadeiras bombas quando ditas em sala de aula. É o primeiro e decisivo passo para o bullying. Sou a favor de uma Tia Anastácia de verdade, contando histórias em sala de aula!
    Um abraço,
    Sandra Seabra Moreira

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  42. "All the minor minor minorities with their ears to be kept clean. Authors, full of evil thoughts, lock up your typewriters."

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  43. Sérgio, comento aqui porque é onde consegui: não me aparece caixa de comentários no seu último post... e no entanto tem gente que comentou! O que será que aconteceu?
    Renata

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  44. O Sergio tudo bom?

    Eu sou repórter e estou fazendo uma matéria sobre essa polêmica toda do livro do Monteiro Lobato. Será que vc poderia me passar o seu contato?
    Abs
    Andréa França

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  45. Cara Andrea e amigos, meu e-mail para conversas é sergioleo arroba hotmail.com

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  46. Olá Sergio.
    Parabens com seu questionário. Posso te dizer uma coisa sinceramente. Nunca gostei muito de desenho e historia do sítio. Nunca entendia pq. Achava que era porque eu gostava mais de jogar bola. Mas não era. Eu me sentia agradido e não conseguia entender. Por isaso vc foi muito feliz em seus comentários. Sou professor e militante da UNEGRO SP

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  47. Infelizmente muitos não percebem o sentido seguido de orientação educacional as inversas que vem ao longo dos anos manipulando as pessoa através da mídia . Ensinando ou eu diria que quase obrigando as pessoas a agirem de forma errada com a desculpa de cultura . Como fazer malcriação para os pais e os mais velhos , mudar de sexo ( Como se isso fosse possível do ponto de vista físico e médico ou cientifico além do grande transtorno emocional que causa na própria pessoa , pôs a verdade é que as pessoas serão uma espécie de hermafrodita com um sexo entre as pernas da qual ela nasceu e outro na cabeça criado e incentivado pela mídia ) Respeito e acho que todos devem respeitar aqueles acham que tem outro sexo , mas acho que precisão de ajuda psicológica e medica . Assim como temos que respeitar e amar as pessoas não importa sua cor , tamanho , peso ou deficiência física ! Não ao racimo , homofobia ou qualquer tipo preconceito que venha a agredir física ou verbalmente alguém ! Afinal todos somos seres humanos , nascemos vivemos e iremos morrer do mesmo jeito não importa a cultura ou o dinheiro que tenha . Beijos !

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